Permanent Waves marcou um novo começo para o Rush — um novo amanhecer em que melodia e emoção começaram a coexistir com a complexidade. A faixa de abertura, “The Spirit of Radio”, tornou-se um hino definitivo não apenas para a banda, mas para as próprias rádios de rock. Com sua mistura deslumbrante de rock com riffs e ritmo inspirado no reggae, deu ao Rush seu primeiro hit crossover de verdade. De repente, fãs que nunca tinham tido um disco de prog estavam dançando junto com compassos de 7/8 e letras filosóficas.
O restante do álbum é igualmente rico. “Freewill” leva a investigação existencial a um gancho irresistível, enquanto “Jacob’s Ladder” canaliza a grandiosidade tempestuosa da banda para uma tensão cinematográfica estrondosa.
Em um lado mais suave, “Entre Nous” e “Different Strings” demonstram uma vulnerabilidade rara, com Geddy Lee explorando o calor e a contenção em seus vocais. Mas é a suíte de encerramento, “Natural Science”, que lembra aos ouvintes que as raízes do prog do Rush ainda eram profundas — grandes ideias apresentadas com foco preciso.
Permanent Waves une a audácia experimental dos anos 70 e a sofisticação enxuta dos anos 80. É o Rush refinando sua arte sem diluí-la, provando que eles podiam evoluir e ainda soar inconfundivelmente como eles mesmos.

1 comentário
Vou conferir esse som na íntegra..