Início » Bee Gees- A História de “Stayin’ Alive”

Bee Gees- A História de “Stayin’ Alive”

de Oswaldo M.

O sucesso atemporal dos Bee Gees, “Stayin’ Alive”, não nasceu de um conceito de filme totalmente desenvolvido. Na verdade, as origens da música remontam aos estágios iniciais de desenvolvimento de Saturday Night Fever. Robert Stigwood, produtor executivo da trilha sonora do filme e futuro empresário dos Bee Gees, abordou o grupo para escrever músicas que capturassem a essência da febre Disco.

Com o filme ainda em fase inicial, Stigwood tinha apenas um tema geral – a discomania – para nortear os Bee Gees. Apesar dessa falta de detalhes, Barry, Robin e Maurice Gibb inspiraram-se e canalizaram para “Stayin’ Alive”.

Processo de composição

O processo de composição em si foi pouco convencional. Os irmãos escreveram a música durante um breve período enquanto trabalhavam em um estúdio francês! Este local único, Château d’Hérouville, perto de Paris, era um local de gravação popular para os Bee Gees, que, como muitos artistas da época, preferiam gravar na França para efeitos fiscais.

O significado por trás de “Stayin’ Alive”

O título icônico de “Stayin’ Alive” não foi originalmente planejado para a música. A RSO Records, gravadora dos Bee Gees, inicialmente queria que a música compartilhasse o título provisório do filme, “Saturday Night”. Porém, os irmãos Gibb sentiram que havia muitas músicas existentes com “Saturday” no título, e o álbum já trazia outra faixa chamada “Night Fever”. Esse desacordo desencadeou uma mudança criativa. Em vez de mudar o título da música, Stigwood pegou o elemento “Night Fever” e o expandiu para se tornar o título completo do filme, Saturday Night Fever.

Curiosamente, a própria letra da música foi inspirada em algo bastante inesperado – a viagem de Concorde de Robin Gibb. Palavras como “acolher” e “respirar” entraram na música, refletindo a experiência de voar. No entanto, a mensagem central de “Stayin’ Alive” é mais profunda do que uma batida discoteca cativante.

Os próprios Bee Gees revelaram que a música explora temas de resiliência e sobrevivência, especialmente em um ambiente urbano difícil. Como explicou Barry Gibb, trata-se da luta universal contra os desafios e do triunfo de superá-los.

Dando vida a “Stayin’ Alive”

O ritmo contagiante e os vocais suaves de “Stayin’ Alive” foram meticulosamente elaborados no Criteria Studios. Maurice Gibb lançou as bases com uma linha de baixo que refletia o riff de guitarra, enquanto Barry Gibb e Alan Kendall adicionaram seus próprios floreios de guitarra. O trabalho de sintetizador de Blue Weaver enriqueceu ainda mais a paisagem sonora.

Curiosamente, Barry Gibb optou por cantar a música inteira em falsete, com exceção da frase “Life goin’ nowhere, somebody help me”. Esta escolha vocal adicionou um toque característico à faixa. Um obstáculo surgiu durante a gravação quando o baterista do grupo, Dennis Bryon, teve que sair devido ao falecimento de sua mãe. A busca por um substituto revelou-se difícil, pois faltavam bateristas qualificados na área.

Pensando fora da caixa, os Bee Gees experimentaram uma bateria eletrônica, mas os resultados não foram exatamente o que imaginavam. Um golpe de inspiração veio de sua música gravada anteriormente, “Night Fever”. Eles pegaram dois compassos da faixa de bateria de “Night Fever”, colocaram em loop em uma fita separada e usaram como base para “Stayin’ Alive”.

Em uma reviravolta divertida, eles creditaram a “bateria” a um Bernard Lupe fictício, uma homenagem humorística ao baterista da vida real, Bernard Purdie. Mal sabiam eles que “Bernard Lupe” se tornaria um baterista muito procurado no mundo da música!

Um legado inesperado

A popularidade duradoura de “Stayin’ Alive” se estende muito além da discoteca. A música assumiu um papel surpreendente, mas significativo na área médica. Os pesquisadores conduziram um estudo para explorar se o uso de “Stayin’ Alive” poderia ajudar os profissionais médicos a realizar a Ressuscitação Cardio Pulmonar de maneira mais eficaz.

O andamento da música é fundamental aqui. “Stayin’ Alive” tem uma batida de aproximadamente 104 batimentos por minuto, o que se enquadra perfeitamente na faixa recomendada de 100 a 120 compressões torácicas por minuto durante a RCP, conforme descrito pela British Heart Foundation.

Os resultados do estudo foram convincentes. Os profissionais médicos que pensaram em “Stayin’ Alive” durante a realização da RCP demonstraram uma melhoria notável na qualidade das compressões torácicas.

Esta descoberta inesperada destaca o poder da música e o seu potencial para servir como uma ferramenta valiosa em situações que salvam vidas.

Posts relacionados

Deixe um cometário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Vamos assumir que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não aceitar, se desejar. Continuar Saiba mais

Políticas de privacidade e cookies