É fácil entender por que Definitely Maybe está conquistando uma nova leva de fãs da Geração Z. É um álbum sobre possibilidades, esperança e amadurecimento, sem se deixar abater por nada. Só Noel e Liam sabem quanto tempo durará o “segundo ato” do Oasis, mas seu primeiro álbum permanecerá para sempre uma declaração incrivelmente emocionante de independência e propósito.
“Éramos uma banda punk com melodias dos Beatles”, afirmou Noel. “Não tínhamos efeitos, quase nenhum equipamento, só muita atitude, 12 latas de Red Stripe e ambição. Se você ouvir esse álbum e o Never Mind The Bollocks, verá que são bem parecidos. Aquele álbum era sobre a angústia de ser adolescente em 1977. Avançando para 1994, Definitely Maybe fala sobre a glória de ser adolescente. É a essência de estar no parque com um rádio portátil… Não tem enrolação. É um retrato honesto de garotos da classe trabalhadora tentando vencer na vida. É sobre transar com garotas, usar drogas, beber e a glória de tudo isso.”
Profecia autorrealizável
“Olha só para vocês agora, estão todos nas minhas mãos esta noite”, debocha Liam Gallagher, então com 21 anos, no final da arrogante “Rock ‘n’ Roll Star”, uma profecia autorrealizável que o irmão mais novo dos Gallagher mais tarde identificou, com toda a razão, como “a música mais arrogante de todos os tempos”.
Por mais onipresentes que Shakermaker e Supersonic ainda sejam nas jukeboxes de pubs, sua vitalidade e energia permanecem intactas, mesmo com a familiaridade excessiva. Enquanto isso, as vogais alongadas nos versos iniciais de Cigarettes & Alcohol continuam sendo um inegável momento do Rock ‘n’ Roll.
Com seu apelo aos “excluídos” e à “classe marginalizada”, Bring It On Down, inspirada nos Stooges e repaginada na turnê Live ’25, representa os quatro minutos mais explicitamente punk (e políticos) do álbum.
Slide Away consiste puramente em “ganchos”, cada um mais inspirador que o anterior, enquanto a faixa Columbia, com seis minutos de duração e raízes em jams de Acid House e travessuras movidas a ecstasy, é uma mistura sublime de guitarras distorcidas e euforia despreocupada.
Live Forever é, indiscutivelmente, a música que define Noel Gallagher. Escrita como resposta a notícias (errôneas) de jornais underground de que Kurt Cobain estaria considerando intitular o terceiro álbum do Nirvana de I Hate Myself And I Want To Die (Eu Me Odeio e Quero Morrer), ela representa o credo do Oasis em sua essência, uma onda de positividade do tipo “Foda-se” e autoconfiança inabalável, um grande hino secular para os sonhadores e ambiciosos.
Os críticos frequentemente menosprezaram as letras infantis do Oasis, mas Gallagher – assim como Cobain – intuitivamente compreendeu que existe beleza na simplicidade, e Live Forever permanece uma de suas composições mais puras e perfeitas.
