A nostalgia é mais do que apenas um conforto emocional – é um grande negócio. Gravadoras que pagaram milhões por catálogos antigos querem retorno sobre seus investimentos, então ouvimos cada vez mais sobre isso em filmes, programas de TV e comerciais.
Imagine Running Up That Hill tornando-se um sucesso global novamente graças a Stranger Things. Child in Time, do Deep Purple, está programado para aparecer na próxima temporada da mesma série. Como fã de longa data do Deep Purple, estou emocionado – mas não consigo deixar de me perguntar: eles não poderiam ter escolhido uma ótima faixa de uma banda de ROCK mais nova?
Imagine uma série de TV dos anos 80 usando uma música pop dos anos 20. Pois é.
Ponto crucial
Aqui está o ponto crucial: toda essa nostalgia dificulta o sucesso de novos artistas.
Nos anos 70, uma banda podia lançar três álbuns para encontrar seu som e público. Hoje, você precisa chegar totalmente formado, com seguidores nas redes sociais e números instantâneos de streaming. Há pouco tempo para crescimento.
E embora a cultura “fragmentada” de hoje permita que todos criem suas próprias playlists, isso também significa que há menos experiência cultural compartilhada. A monocultura – onde todos conheciam as mesmas músicas – fragmentou-se em microcenas.
Para os fãs mais jovens, não há mais distinção real entre música antiga e nova. Para mim, quando adolescente, a música anterior a 1980 parecia antiga. Eu queria minhas próprias bandas e o som da minha geração. Essa mudança geracional parece ter estagnado.
Conforto ou Gaiola Criativa?
Então, estamos presos em um ciclo de memórias meio esquecidas, repetindo o passado enquanto a criatividade luta para se libertar?
Para mim, a nostalgia é reconfortante, mas também pode nos limitar se não abrirmos espaço para o novo.
Então, termino com uma pergunta:
Estamos testemunhando a morte lenta da cultura popular – uma cultura que está sempre olhando para o passado – ou estamos simplesmente em uma nova fase em que o passado e o presente coexistem em nossas playlists?
O que está tocando no seu café, pub ou loja local?
São todas as músicas que você já conhece de décadas atrás?