Durante uma conversa com o site Guitarist, Jake E. Lee relembrou a sessão de gravação da música “Bark at the Moon”. Ele havia planejado meticulosamente a segunda metade do solo, mas estava com dificuldades com a primeira, que imaginava como uma parte mais melódica, no estilo de Neal Schon. Depois de passar uma noite frustrante no estúdio com o produtor Max Norman, que também estava ficando impaciente, Ozzy entrou.
A perspectiva de Ozzy era direta e sem filtros. “Ozzy entrou e disse: ‘Que p**ra é essa?’ Eu disse: ‘Não é exatamente como eu quero, mas é quase isso’. Ele disse: ‘Não, não, isso não está funcionando. Vai lá e toca.’ Eu pensei: ‘Por que não? Vou tentar'”, compartilhou Lee.
Abordagem espontânea
Essa abordagem espontânea resultou no solo final, capturado logo no segundo take. Lee se lembra de ter ficado surpreso com o resultado e perguntado: “Sério? Eu não pensei muito nisso. Estou aqui só tocando. Como pode ser esse o solo?”
A experiência, confessou Lee, acabou tornando-o um guitarrista melhor. Ele refletiu sobre a lição, dizendo que, embora se considerasse um dos melhores guitarristas de Los Angeles na época, seu trabalho com Ozzy forçou-o a concentrar-se mais em sua arte. A pressão constante de seguir um ícone da guitarra como Randy Rhoads criou um “momento de vida ou morte”. Anos depois, Lee diz que agora entende a sabedoria da sugestão aparentemente simples de Ozzy. “Ele me fez repensar como tocar guitarra. Eu aprecio isso.”
A faixa-título do álbum de 1983 tornou-se um ponto de discórdia entre os dois, contribuindo para a saída de Lee da banda. Na época, todos os créditos pela composição do álbum foram oficialmente atribuídos a Ozzy. Essa questão dos créditos foi o cerne da discordância, já que Lee afirmou que não estava preocupado com o dinheiro, mas com o reconhecimento do seu trabalho. A questão foi parcialmente resolvida mais tarde, quando Ozzy reconheceu a contribuição de Lee na coletânea The Ozzman Cometh, afirmando: “Jake criou o riff. Foi a primeira música que escrevemos juntos.”
Apesar do difícil fim do relacionamento profissional, Lee expressou orgulho por fazer parte de “Bark at the Moon”, reconhecendo que foi uma música crucial que provou que a carreira de Ozzy estava longe de terminar após a trágica morte de Randy Rhoads.
