O que mais me impressiona nessas duas músicas é a extrema qualidade com a qual foram gravadas. Prestando atenção aos detalhes ( daí vem a “ brincadeira” de escutar a música mais de uma vez), você percebe que há várias camadas de instrumentos de corda , percussão e um som de teclado ao fundo ( timbre de piano ou Hammond).

Tudo extremamente bem dosado com bom gosto.

Você escuta essas duas músicas e não resiste á vontade de dançar. Além do ritmo, as músicas possuem harmonias e melodias bem elaboradas. Isso é Doobie Brtohers !

As descrições abaixo são de Tom Johnston, aquele carismático compositor, guitarrsita e vocalista bigodudo da banda , que relatou essas maravilhosas histórias em entrevista recente á Guitar Player.

LISTEN TO THE MUSIC

“Este surgiu no meu quarto em San Jose – início de 1972 ou talvez final de 1971. Eu tinha uma estrutura de acordes. Na verdade, essa é uma das poucas músicas que sentei e escrevi e tinha tudo, letra e música, ao mesmo tempo. Geralmente a música vem primeiro e a letra depois. Eu inventei um riff e comecei a juntar as palavras e liguei para Ted Templeman, produtor. Acordei ele às duas da manhã, ou algo assim, o que o deixou muito insatisfeito. Toquei para ele por telefone e ele disse: ‘Sim, talvez. Me ligue amanhã.

“Então eu fiz, e ele disse: ‘Vamos trazê-lo aqui e ver o que podemos fazer com ele no estúdio’. Achei que fosse um single; foi a única vez na minha vida que tive essa sensação. Ainda não tínhamos tido um – pelo menos nenhum que tivesse tido sucesso, devo dizer. Então entramos no estúdio e mantivemos tudo praticamente como estava. As letras permaneceram todas iguais; os acordes permaneceram todos iguais.

Isso foi durante a era do Vietnã, então presumo que tenha algo a ver com a letra que criei. Eu ainda estava envolvido com a Universidade do Estado de San Jose, e houve muitos tumultos por lá.

O movimento de Estudantes por uma Sociedade Democrática lideraram protestos altamente eficazes no campus contra a guerra. Fui convocado e tive que ir para dois centros de recrutamento diferentes, Fresno e Oakland, então eu estava familiarizado com tudo e contra a guerra e todas essas coisas, então foi apenas filtrado nas letras.

“Achei que as pessoas se dariam muito melhor se usassem a música para se comunicar, em vez da retórica política. Eu estava tentando dar uma visão utópica, eu acho. Eu ouvia muito Alan Watts na escola. [Watts teve um programa na rádio KPFA, onde compartilhou suas opiniões sobre religião e filosofia.]

“Quando cheguei ao estúdio, Ted e Donn Landee, o engenheiro, tiveram ideias sobre microfonar os violões, bem como microfonar o braço dos instrumentos acústicos acústicos e elétricos, que para mim era uma Les Paul através de um Fender Mestre da banda, pelo que me lembro.

LONG TRAIN RUNNING

Estávamos tocando essa música em 1970, muito antes de gravá-la. Foi apenas uma JAM. Ted solicitou que gravássemos para The Captain and Me. Eu disse a ele: ‘Não tem palavras. Eu apenas invento todas as noites.’ E ele disse: ‘Bem… Escreva um pouco, cara!’

Eu disse: ‘Sim, bom argumento. Mas você tem certeza que quer que eu faça isso? Porque é realmente apenas uma jam.’ E ele disse: ‘Acho que poderia ser ótimo. Por que você não escreve sobre um trem ou algo assim?’ Tem esse tipo de sensação, além de ter a frase sobre ‘Senhorita Lucy ao longo dos trilhos’.

“Então entrei em outra sala do Studio , escrevi a letra e coloquei-a no chão. A música se concretizou assim. Também criamos a parte da gaita no estúdio; Não toquei isso ao vivo porque tinha que tocar guitarra base, mas fizemos isso para gravar. Para minha surpresa, acabou se tornando uma música popular. Eu realmente não esperava muito disso.”